FICHA TÉCNICA:
- Título: Deuses de Dois Mundos - Livro da Traição
- Título: Deuses de Dois Mundos - Livro da Traição
- ISBN: 978-85-64684-50-8
- Autor: PJ Pereira
- Número de Páginas: 378 páginas.
- Publicação: Da Boa Prosa
- Ano: 2014
A RESENHA:
O primeiro volume da Trilogia
Épica dos Orixás, O Livro do Silêncio,
trouxe até nós um universo cheio de mistério e muita magia. Sua
sequência, O
Livro da Traição,
em nada deixa a desejar quanto ao antecessor.
Capa |
Lançado em 2014 pela Editora Da Boa Prosa, a obra do escritor e publicitário PJ Pereira, nos traz a continuação da história do jornalista Newton Fernandes em paralelo à conclusão da aventura vivida por Orumilá e seus guerreiros. A primeira se passa no mundo moderno que conhecemos e a segunda em uma época mística, onde os deuses ainda eram íntimos dos homens. Melhor dizendo: onde os deuses ERAM homens.
Essa “humanidade” dos personagens é uma das características mais marcantes do livro. Os futuros orixás, neste volume, passam por diversos conflitos emocionais que mostram o quão próximos dos nossos próprios problemas eles estiveram. Mesmo que a divindade os tenha afastado dos dilemas mundanos, a memória de quando eram humanos compõem a sua verdadeira essência, assim como seus defeitos e qualidades, os quais também são bastante explorados. Tal elemento, o emotivo, torna mais fácil para o leitor se identificar e compreender os personagens.
Orixás |
Entre conflitos de caráter, ardis e disputas amorosas, os personagens encontram aquilo que realmente procuravam, muito além do pedido de Oxalá. Alguns transcendem e adentram no mundo dos espíritos na condição de orixás e outros abraçam sua verdadeira natureza, rompendo com as amarras do destino e voando segundo a vontade selvagem de seus corações. A separação do grupo se torna inevitável e vem de forma dura para todos.
As Ia Mi (em forma de pássaro) |
Em meio a tudo isso as Ia Mi, as mães ancestrais, continuam com sua dança: a eterna batalha pelo controle do destino, a muito nas mãos dos orixás masculinos. Detentoras da força geradora de vida, as feiticeiras representam o lado feminino de todas as coisas e não aceitam se submeter a vontade de homem algum. A questão de gênero é apenas mais uma das críticas sociais feitas pelo autor, que aborda temas como o fanatismo religioso, corrupção nas grandes empresas e na mídia nacional.
Segue a Trilogia Épica dos Orixás, com todas as suas reviravoltas e surpresas, expondo e desconstruindo os (pre)conceitos e estigmas religiosos e de gênero dos quais nem o Orum está livre.
Por Lucas Emanuel
Ps: As Iá Mi Oxorongá (Osorongá, também), são as divindades femininas. Acredito que possam ser chamadas de Orixás (femininas), também. Se tal denominação não existir, peço desculpas desde logo.
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